Publicada em 23 de junho de 2025
Estamos vivendo um momento que pode ser descrito, sem exageros, como inédito na história recente do mercado brasileiro. Em questão de semanas, vimos o governo anunciar mudanças profundas e repentinas na tributação sobre investimentos — e não foram poucas.
As principais mudanças que afetam os investimentos são: IOF sobre aportes em VGBL, proposta de fim da isenção para LCI e LCA, majoração de IOF cambial, majoração das alíquotas de investimentos em geral para 17,5%, entre outros.
E o pior: tudo isso em meio a um ambiente de comunicação truncada e decisões tomadas de forma improvisada. O modus operandi parece ter se invertido — primeiro se anuncia (às vezes aos berros), depois se revisa, se volta atrás, se remenda.
Enquanto isso, o investidor observa tudo perplexo, sem saber se deve tomar uma decisão hoje ou esperar o próximo parágrafo do Diário Oficial.
O cenário é tão volátil que análises feitas há duas semanas já se tornaram obsoletas. E quem paga essa conta é sempre o mesmo: o investidor brasileiro, exposto a uma imprevisibilidade que mina a confiança, trava investimentos e obriga planejamentos a serem refeitos do zero.
As incertezas internas já preocupam quem investe aqui. Mas agora também incomodam — e muito — quem observa o Brasil de fora. O país que quer atrair capital se mostra cada vez mais disposto a mudar as regras do jogo no meio da partida.
O que muda com pacote para substituir aumento do IOF
Com a proposta de aumento do IOF, a perda da isenção de LCI/LCA e demais isentos, a unificação do IR sobre operações financeiras em 17,5% e a cobrança sobre produtos como VGBL, a mensagem do governo tem sido clara: o investidor brasileiro é um alvo fácil. E, pior, um alvo desprotegido.
A insegurança jurídica e tributária do Brasil se consolidou como um risco real de mercado. Em um cenário onde medidas relevantes são tomadas por decreto ou medida provisória — muitas vezes sem diálogo prévio com o setor privado ou aprovação do Congresso —, o investidor acorda com regras novas e perde previsibilidade.
É impossível tomar decisões de longo prazo nesse ambiente sem se proteger de maneira estruturada.
Novos impostos e como investidor pode proteger seus investimentos
A diversificação é uma estratégia que busca proteger o investidor distribuindo os investidos. Na Nord Wealth, defendemos que a diversificação patrimonial deve ir além das classes de ativos. A diversificação precisa ser geográfica, institucional e tributária. Para nós, diversificar é suavizar a jornada, não apenas buscar retorno.
O gráfico de correlação que usamos com nossos clientes mostra isso de forma simples: ativos com baixa correlação entre si reduzem a volatilidade da carteira e aumentam a consistência dos resultados ao longo do tempo.
É assim que carteiras verdadeiramente resilientes são formadas — e é por isso que olhar apenas para o Brasil, com sua alta correlação entre ativos domésticos (e riscos sistêmicos concentrados), é uma armadilha.
Além disso, o Brasil representa apenas 1% do mercado global de capitais, embora seja o 7º país em população. Nosso PIB também não passa de 2% do total mundial. Isso mostra o quanto a mentalidade do investidor local está presa a um mercado pequeno, frágil e excessivamente suscetível às vontades de Brasília.
Internacionalizar é uma forma de equilibrar a balança — expondo parte do seu patrimônio a moedas fortes, marcos regulatórios estáveis, economias maiores e melhores oportunidades setoriais.
Mas não se trata apenas de comprar ativos lá fora. Envolve conhecer as estruturas certas: contas, veículos, trusts, seguros e fundos que façam sentido para o seu momento de vida e seu planejamento sucessório e tributário.
Fonte: Nord Investimentos
Voltar para a listagem de notícias